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POPÓ MAGALHÃES
( BRASIL – DISTRITO FEDERAL )
Mora em Brasília –DF – Brasil.
Trabalha na empresa Secretaria de Educação do GDF - Auditor na empresa GDF.
Estudou na instituição de ensino CEUB – UNICEUB.
Estudou Administração, Letras, Orientação Educacional, pós-graduado. na instituição de ensino Uniceub e Católica.
Frequentou Colégio La Salle.
Professor de Língua Portuguesa e Língua Inglesa. Literatura de ambas as línguas – Mestre.
PORFÍRIO MAGALHÃES SOUSA nasceu em Santa Quitéria – Ceará Residente em Brasília – Distrito Federal desde os 10 anos de idade. Membro Efetivo de Academia Taguatinguense de Letras (ATL). Eleito para cadeira 036, tendo como Patrono Afonso Arinos de Melo Franco. Obras escritas por Popó Magalhães, e em Coletânea com outros autores:
- Eu Anjo, Eu Canalha. As Nuvens de Magalhães Saara, Seara, Siará, Ceará. Crisântemos de Aço. O Mar distante, Andrômeda tão perto. Eu Anjo, Eu Canalha II. The little Bird and The Cloud – O Pequeno Pássaro e a Nuvem Poesias do Brasil – Cuba
Coletâneas
- Geografia poética do DF. Taguatinga em prosas e Versos. Coletânea Candanga. Alarde Poético. SESC DF – Coletânea de Poesia I e II.
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MAGALHÃES, Popó. AS NUVENS DE MAGALHÃES. Composição, montagem, editoração eletrônica, Brasília: Gráfica Valci Editora Ltda, 1996. 93 p. No. 10 036
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, em Brasília -DF.+
PRETENDENTE A POETA
Como pretendente a poeta,
Planto o amor, acima de tudo.
Por que sua cabeça não é centro do universo azul?
Amo e sofro a infinita dor.
Essa dor pródiga em amor
Sonho com a cobra de duas cabeças...
Isso é a vida — faca de dois gumes.
Sinto e fumo o inesquecível impossível.
Derretendo no ar o perdido tempo...
O ato de amar nunca será,
Nem pode ser algo pecaminoso.
O seu semblante frio e interrogativo,
Seus atos desconfiados e submissos
São as características dos fracos...
Fracos pelo amor e no amor!
O amor não conhece barreiras,
Luta numa guerra sem trincheiras,
O amor respira e transpira luz...
A desconfiança é a mão da morte,
A vida de mil estradas tem em comum
— A nosso estrada...
Vagamos por entre as sombras terríveis
Até nos encontrarmos nesse ponto.
O ponto brilhante, o ponto infinito,
O ponto de luz cristalizada de amor!
Bebo nas suas mãos, frágeis mãos,
A energia sublime, e ao mesmo tempo
Tímida e forte, que me faz vier e dormir
Na ânsia de ver um novo e promissor dia...
ÁCIDO E MEL
O ácido corta o tecido do vestido,
Viaja para fora, pra dentro dos sentidos,
Na euforia e nos contidos sentimentos,
Ficam marcas profundas, entendimentos.
Entre o ácido e o desejado mel
Há uma interrogação num ponto do céu,
Meu amor numa espaçonave tudo vê.
Entre ela e mim há a busca do prazer.
Entre o verde e uma longa estrada,
Corre um rio escuro de ácido e fel.
Cortante como uma faca afiada,
A flauta e a melodia vão ao léu.
No zênite de um olhar em fogo
Reflete uma imagem: o perigo, o jogo...
A saliva é amarga, o amor é doce, viscoso...
No corte profundo do sentir saudade,
Na espaçonave, o beijo frio, poroso,
Ácido, fel, mel, a nossa realidade.
EROMOR
Sem medo de viver.
A alegria caminha apressada
Por entre as nuvens, acima de nossas cabeças...
Vou sentir no seu beijo quente
O prazer infinito de voar.
Para que a vergonha, se o amor é nosso amigo?
Para que o pecado, se o destino nos fez assim
— Apaixonados
Dentes cerrados no orgasmo infinito,
Buscamos o eterno de nossos suores e salivas!
ESTRELA “A”
É bom sonhar, buscar algo além
Lindo é libertar o corpo e sentir
lá no fundo o calor de alguém.
Entre o pulsar de estrelas sorrir.
Mar de sóis, ofuscar de luz sem fim,
Creio nas rosas, em você, em mim;
Respiro na noite azul, o mesmo ar,
Imagens e ondas, asteróides, o mar...
Sonífero remédio, o meu ser entorpece,
Tento velejar, e o amor transparece,
Indo sem volta não dá pra ficar.
Nas estrelas de fogo desperto sem dor,
A doçura de um beijo nos traz só calor.
Entre os meus olhos semicerrados,
Santos sentidos e os sagrados pecados,
Tento enxergar o que em você me seduz,
Rebuscando na mente o que nada traduz...
E vou viajando, voando e também vivendo,
Levando na mente o estar e o sendo...
Alvo luar de um planeta distante,
Através de um sorriso nos chega esse instante.
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MAGALHÃES, Popó. Eu Anjo Eu Canalha. Capa: Rogério F. Santos. Brasília, DF: Edição do Autor, 1998. 106 p. No. 10 048
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, em outubro de 2024.
1ª. Parte - CANALHICE HUMANA
EU – CANALHA
Nu e cru
Entre um pedaço de pão e o não...
Pão e morte caminham juntos,
Deslizam em nossas mentes,
Canalhas, benditas, sofridas ou aflitas.
Mão que cantam unidas.
O conceito de pecado está errado,
Mas insistem em reafirmá-lo,
Ativando-o nas estruturas pobres e podres.
EU — canalha – sigo ateando fogo, bebida e jogo...
EU – bendito – prego a razão, a paz, o coração...
EU – desafeto – contesto o antigo, o novo esqueço...
Grades não foram feitas para homens,
Nem para animais, ou seres irreais,
Grades não existem, portas e janelas, sim.
Proprietários e propriedade, otários e beldades,
Atrizes e bufões, meretrizes e burgueses,
Heróis e bandidos, mortos e vivos...
Benditos e malditos sejas todos os poetas!
2ª. Parte - ABSOLUTO LIRISMO –
UM QUÊ DA ANO
POETAS
Poetas são anjos, profetas e algo mais.
Poetas são bêbados, o óbvio, o enredo.
São os poetas a porcelana que quebra o medo,
O vazio dos insociável, a latência do teu amor.
Amor pra ser amor deve ter a inquietude:
Do cio voraz — a libido — e a inocência do vento criança.
Poetas morrem mil vezes, levantam-se das cinzas,
E fazem poesias simples com o voo das gaivotas.
O vinho vermelho e a água leve tomam verdades
Aquilo que foi sempre mentiras prediletas...
Poetas são eternos, inacessíveis, e mais que sensíveis.
A ira a poesia destila, depois o amor cintila.
Ser poeta é se entregar aos ventos,
E navegar na turbulência desses dias de números ímpares,
E não aceitar o imposto, o improcedente, o improdutivo
E a imperícia
Ser poeta é passear no improvável, desfilar num clarão,
Satisfazer-se no imprevisível e amar-te como um menino...
3ª. Parte – REFLEXÕES
REFLEXÕES SOBRE A NOITE
Somos duas sombras que passam pela noite,
Duas noites que passam pelo dia.
Parecemos um mesmo navio buscando o porto inseguro,
Que para muitos é abrigo, o refúgio...
Nascemos de um mesmo princípio, mas príncipes e
[mendigos,
Vestimos as mesmas roupas de alegria e cólera,
Nobres e indignos.
Verdadeiramente você sabe o seu nome? Impossível
[dizer
Quando devoramos os dias com a avidez de esfomeados.
Onde você se escondeu quando as janelas foram
[fechadas,
Quando o dia escapulia sem a promessa da noite
[a seguir.
Há muito ainda por fazer nossas tardes chuvosas.
Muito há pra dizer nas tardes de luz,
Já que caminhamos pelas sombras, para as sombras...
Além dos alfinetes e agulhas há a macia almofada,
A grama verde contra os grotões e as paisagens
[marcianas...
Por sermos assim, vislumbramos raios em dias futuros.
Cavalgamos fêmeas e somos amestrados por elas,
D0minamo-as, mas somos similares e iguais...
MULHER
Forno sagrado
Onde a existência é tecida.
Seios — país do prazer,
Do amor, da vida...
Razão da alegria,
Floresta encantada,
Êxtase, pura agonia.
Fonte inspiradora,
Transpira em meus braços.
Dona de si, selvagem, meiga...
Arcas que seguram o mundo,
Cabeça firme, às
Vezes volúvel.
Pernas morenas, negras, brancas
Trazem as manhãs, levam-me aos campos de sonhos.
Mãe, amante, filha, irmã, madrasta,
Contraste do cotidiano estéril,
Sobrevida vivida, chá tranquilizante,
Erotismo ardente, estrela cadente.
Mulher, femme, woman, mujer, frau, donna...
Santas, prostitutas, meninas, guerreiras,
Todas, filhas das estrelas...
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Página publicada em outubro de 2024.
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